segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Concentração de médicos no Sudeste é o dobro do Norte, diz CFM.

No Norte há 1,01 médico para mil habitantes; no Sudeste, são 2,7 médicos.
Para CFM, interiorização dos cursos de medicina não resolve o problema.

Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (17) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que o número de médicos para cada grupo de mil habitantes na região Sudeste é mais que o dobro da região Norte. Segundo o estudo Demografia Médica, os estados do Sudeste tem 2,7 médicos para cada mil habitantes, enquanto no Norte o número é 1,01.
A média nacional é de 2 médicos para cada grupo de mil habitantes, de acordo com o levantamento. "Quem mora na região Sul e Sudeste tem duas vezes mais médicos do que quem mora nas regiões Norte e Nordeste", disse o coordenador da pesquisa, Mário Scheffer.
No Nordeste, o número de médicos por mil habitantes é de 1,23 e  também está abaixo da média nacional. O índice é maior nas demais regiões, chegando a 2,05 no Centro-Oeste e 2,09 no Sul.
Segundo a pesquisa, em outubro de 2012 havia 388.015 médicos em atividade no Brasil. O aumento do efetivo  de profissionais tem se mantido entre 4% e 5% por ano, segundo o presidente do CFM, Roberto D'Avilla. Apesar do crescimento, o presidente afirma que é preciso garantir a redução da diferença de concentração entre as regiões.
"O número de médicos e de faculdades de medicina é suficiente. O que precisamos é levar jovens estudantes para regiões que tem mais necessidade", disse D'Avilla.
A pesquisa também aponta que 215,6 mil, ou 55% dos médicos que atuam no Brasil, estão no sistema publico de saúde. "Defendemos uma carreira de estado para médicos do SUS, com dedicação exclusiva para o serviço publico, salário digno e aperfeiçoamento contínuo", afirmou o presidente. Ávila também disse que acredita que até 2020 o país deverá alcançar a média de 2,5 médicos por mil habitantes, comparável à média de países desenvolvidos.
A pesquisa ainda aponta que as maiores cidades continuam atraindo boa parte dos profissionais, mesmo aqueles que estudaram em outras regiões. "Os grandes centros, as grandes cidades, oferecem muito mais atração para os profissionais. As escolas médicas não vão manter os médicos na localidade. [...] Não vai se resolver esse fluxo para os grandes centros com a interiorização dos cursos de medicina", disse Scheffer.
No início de fevereiro, o Ministério da Educação divulgou que o próprio governo definirá os municípios que devem ter cursos de medicina. Segundo a pasta, a partir deste ano, novos cursos serão abertos somente com a publicação de editais de chamamento público do ministério para determinadas localidades.
Segundo o MEC, no Brasil, funcionam hoje 197 cursos de medicina, dos quais 78 em instituições públicas. Outros 70 aguardam decisão do MEC - 51 para autorização de abertura de curso e 19 para aumento de vagas. A liberação desses cursos representaria mais de 6 mil novas vagas.
Ao divulgar o novo modelo, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, informou que as instituições que abrirem cursos nas regiões selecionadas terão acesso a crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A medida faz parte do pacote de avanços na política de regulação para os cursos de medicina.
G1

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