Moradora de São Carlos, garota de 11 anos experimentou gelatina e suco.
Problema no aparelho digestivo obriga garota a utilizar bombas infusoras.
Problema no aparelho digestivo obriga garota a utilizar bombas infusoras.
Caliane tomou suco de uva, água e experimentou gelatina (Foto: Gislaine Clara Boni/Arquivo pessoal)
Após 11 anos se alimentando por sonda, Caliane Boni Roque da Silva, de São Carlos (SP), comeu pela boca pela primeira
vez na vida. A menina experimentou gelatina de framboesa, tomou água e
suco de uva na terça-feira (26) depois de realizar uma endoscopia. “Ela
já tinha paladar, mas pela ansiedade do que está acontecendo disse que a
experiência foi bem diferente. Quando tomou o suco, falou que era
gelado e que sentiu um arrepio. Agora é tudo uma questão de adaptação”,
contou a mãe, Gislaine Clara Boni.
Caliane está internada no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, onde passa por tratamento para reverter um problema no aparelho digestivo que até então a impedia de se alimentar pela boca. A menina, que passou por 11 cirurgias durante a vida, ficou cinco meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na última semana de fevereiro deste ano, ela foi transferida para o setor de pediatria após se recuperar de um procedimento para reconstrução do intestino, feito no dia 30 de janeiro.
Caliane está internada no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, onde passa por tratamento para reverter um problema no aparelho digestivo que até então a impedia de se alimentar pela boca. A menina, que passou por 11 cirurgias durante a vida, ficou cinco meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Na última semana de fevereiro deste ano, ela foi transferida para o setor de pediatria após se recuperar de um procedimento para reconstrução do intestino, feito no dia 30 de janeiro.
Caliane ganhou ovo de Páscoa das enfermeiras no
hospital (Foto: Gislaine Clara Boni/Arquivo pessoal)
hospital (Foto: Gislaine Clara Boni/Arquivo pessoal)
Desde o nascimento, a garota recebe alimento líquido, injetado por duas
bombas infusoras. O nutriente especial tem custo mensal de R$ 5 mil,
que é coberto pelo plano de saúde da família. A mãe de Caliane diz que a
filha foi vítima de um erro médico quando tinha três dias de vida.
Diagnosticada com hérnia de hiato, a bebê passou por um procedimento
cirúrgico que deu errado. Desde então, ela convive com as sequelas.
Na última terça-feira (26), Caliane passou por uma endoscopia para
dilatar o esôfago. O resultado do exame surpreendeu a equipe médica e a
família. “Os médicos, os enfermeiros, todo mundo vibrou com os avanços.
Fiquei até meio passada, não conseguia comemorar, achava que era um
sonho. Eu e a Cali não acreditávamos”, relatou a mãe.
Melhoras
Depois de realizar o procedimento, Caliane tomou um remédio protetor gástrico pela boca e no mesmo dia bebeu suco e comeu gelatina. Feliz, ela brincou com a fisioterapeuta, com os tios da mãe que vieram dos Estados Unidos para visitá-la no hospital e até usou uma tiara de coelho para comemorar a Páscoa com as enfermeiras.
Melhoras
Depois de realizar o procedimento, Caliane tomou um remédio protetor gástrico pela boca e no mesmo dia bebeu suco e comeu gelatina. Feliz, ela brincou com a fisioterapeuta, com os tios da mãe que vieram dos Estados Unidos para visitá-la no hospital e até usou uma tiara de coelho para comemorar a Páscoa com as enfermeiras.
Caliane também experimentou suco de laranja esta
semana (Foto: Gislaine Clara Boni/Arquivo pessoal)
semana (Foto: Gislaine Clara Boni/Arquivo pessoal)
“Às vezes ela fica muito quieta. Eu pergunto: Cali, você está
acreditando no que está acontecendo? Ela responde: não mãe, eu não
consigo. O que ela fala muito é dos sonhos de ter uma vida normal, poder
passear com as amigas, ir à escola e ninguém ficar olhando para ela.
Poder vestir um biquíni, além de não usar mais as bombas infusoras”,
disse Gislaine.
A menina deve realizar outra endoscopia neste sábado (30). Apesar dos avanços, os médicos ainda não sabem definir quantas vezes mais ela precisará repetir o procedimento. Segundo a mãe, a expectativa é que a filha receba alta e possa voltar para casa no próximo mês.
“Não consigo explicar, mas ver ela bem é uma sensação de sonho realizado. Mesmo tendo passado momentos de sofrimento, como ficar longe da minha casa, do meu filho, parar a minha vida, me afastar do trabalho, valeu muito a pena. Ver ela comendo pela primeira vez é algo difícil de descrever. Foi uma sensação única, algo novo para mim, que esperei por 11 anos, busquei e consegui”, explicou Gislaine.
A menina deve realizar outra endoscopia neste sábado (30). Apesar dos avanços, os médicos ainda não sabem definir quantas vezes mais ela precisará repetir o procedimento. Segundo a mãe, a expectativa é que a filha receba alta e possa voltar para casa no próximo mês.
“Não consigo explicar, mas ver ela bem é uma sensação de sonho realizado. Mesmo tendo passado momentos de sofrimento, como ficar longe da minha casa, do meu filho, parar a minha vida, me afastar do trabalho, valeu muito a pena. Ver ela comendo pela primeira vez é algo difícil de descrever. Foi uma sensação única, algo novo para mim, que esperei por 11 anos, busquei e consegui”, explicou Gislaine.
Caliane brinca com os tios da mãe dela que moram nos EUA (Foto: Gislaine Clara Boni/Arquivo pessoal)
Campanha
A história da menina de São Carlos ficou conhecida depois que os pais dela decidiram ir às ruas e iniciar uma campanha para arrecadar recursos para a operação, com custo estimado em R$ 120 mil. A princípio, o plano de saúde se recusou a pagar o valor.
Desesperada com a situação, a família utilizou as redes sociais para conseguir ajuda. O apelo atingiu um grande número de pessoas que se sensibilizaram com o caso. Em um mês, foram arrecadados cerca de R$ 50 mil.
A história da menina de São Carlos ficou conhecida depois que os pais dela decidiram ir às ruas e iniciar uma campanha para arrecadar recursos para a operação, com custo estimado em R$ 120 mil. A princípio, o plano de saúde se recusou a pagar o valor.
Desesperada com a situação, a família utilizou as redes sociais para conseguir ajuda. O apelo atingiu um grande número de pessoas que se sensibilizaram com o caso. Em um mês, foram arrecadados cerca de R$ 50 mil.
Por fim, um dia antes da internação da garota, uma liminar concedida pela 2ª Vara Cível de São Carlos obrigou a Fundação Cesp a arcar com o custo de uma cirurgia.
A mãe de Caliane afirma que o dinheiro arrecadado continua na conta da
menina e, caso não precise ser usado, na hipótese de a decisão judicial
ser definitiva, doará tudo para outra criança que precise de ajuda e que
não tenha condições. “Faremos isso em comum acordo com os empresários
que nos ajudaram e de uma forma transparente para toda a população”,
garantiu Gislaine.
Nenhum comentário:
Postar um comentário