Celulares piratas serão bloqueados pelas operadoras; aprenda a identificar esses aparelhos
Com nomes bizarros ou cópias fiéis, pirataria de eletrônicos é prática comum; veja "clones"34 fotos
Encontrada nas lojas "alternativas" de São Paulo, essa cópia de iPhone 5 funciona com Android e custa R$ 200 Flávio Carneiro/UOL
O bloqueio de celulares considerados piratas, sem homologação da Anatel, está previsto para começar em 2014. Como esses aparelhos deixarão de funcionar,
é importante aprender a identificar os modelos "xing-ling" – no ano
passado, eles somaram 12,7% de todo o mercado nacional, segundo a
consultoria Strategy Analytics.
Como ver se um celular é pirata
- Checar selo e numeração da Anatel |
- Testar recursos e sistema operacional |
- Verificar personalização da embalagem |
- Observar qualidade do acabamento |
Carlos Lauria, vice-diretor do grupo de celulares da Abinee
(Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), aponta que o
primeiro passo para identificar um smartphone
falso é checar o selo ou código da Anatel. "Todos os aparelhos legais
possuem o selo da agência reguladora, logotipo ou número de
certificação." Com a numeração em mãos, o usuário pode pesquisar o código no próprio site da Anatel, verificando assim sua legalidade.
Uma visita da reportagem a um centro comercial de São Paulo, famoso por vender celulares piratas, não encontrou nenhum smartphone falso com as informações da Anatel.
Selo da Anatel aparece na bateria (dir.), e código está na parte branca do interior do aparelho original
Caso ainda reste alguma dúvida ou não seja possível verificar o selo, o
usuário deve prestar atenção nas características físicas. De acordo com
Lauria, até as embalagens são alertas. "Os celulares ilegais geralmente
usam caixas genéricas, que servem para qualquer aparelho", conta.
Durante a visita realizada pela reportagem, diversos aparelhos foram
oferecidos em uma caixa completamente branca, sem nenhuma informação. Em
outros casos, a película do aparelho exibia diversas características
inexistentes no produto, como câmera de 12 megapixels, sistema Android e
TV digital. Questionada sobre os itens divulgados, a vendedora
confirmou que nem sempre o produto oferece as funções estampadas.
Com o smartphone na mão, é possível ver detalhes que desmascaram a
cópia: nomes errados, acabamento ruim, acessórios genéricos ou de outras
marcas, como a bateria ou o carregador. A reportagem encontrou, por
exemplo, um Samsung Galaxy S III falso com uma bateria da marca Nokia.
Além dos acessórios, a equipe viu modelos que não existem, como o G-Y S
III, que é produzido como se fosse da marca Samsung.
Além dos acessórios, a equipe se deparou com "modelos" que não existem,
como o G-S-Y S3, que é produzido como se fosse da marca Samsung.
A falta de manual, ou em outra língua, também pode ser um indício de que o produto é irregular. Se o comerciante não oferecer
garantia ou se recusar a emitir nota fiscal, o usuário deve ficar
atento. Nenhuma loja visitada pela reportagem ofereceu garantia ou nota.
Quando uma vendedora foi questionada sobre o que o usuário deveria
fazer se o gadget desse problema, a resposta foi "jogar fora".
Na foto, feita em uma feira de "produtos alternativos", o smartphone
pirata da Samsung possui uma bateria da marca Nokia. Além disso, o
modelo "G-Y SIII" não existe na Samsung
Se o aparelho for idêntico ao original, outra possibilidade de
avaliação é testar os recursos do gadget. Geralmente, segundo o
vice-diretor da Abinee, os aparelhos falsos não cumprem o que prometem.
"Já foram apreendidos celulares idênticos ao Nokia N8 [que possui o
sistema Symbian] rodando Android. Ou então um smartphone que afirma
possuir câmera de 13 megapixels e, na prática, possui apenas 1,3
megapixel", explica.
Uma cópia do Nokia Lumia 920, encontrado pela reportagem durante a visita, por exemplo, funciona com Android e não com o Windows Phone, presente no aparelho original.
À esquerda, uma cópia pirata do Lumia 920 encontrada em uma feira de
itens alternativos - o gadget vem com Android, enquanto o original
possui Windows Phone. À direita, o produto original
Entenda
Em março deste ano, a Anatel autorizou as operadoras
a instalarem a tecnologia que bloqueia os celulares piratas. Todo
aparelho, incluindo os tablets, sai da fábrica com um número de registro
chamado IMEI. É o RG ou o chassi do equipamento. O chip, que é
habilitado pela operadora, também tem um código, batizado de IMSI. O
novo sistema das operadoras cruzará a lista de registros nacionais e
estrangeiros para saber qual é autêntico. Caso seja pirata, o sistema
decidirá, automaticamente, pelo bloqueio dos sinais.
A Sinditelebrasil (sindicato que representa as operadoras de telefonia brasileiras), afirmou que os produtos importados, mas que não são homologados pela Anatel, não serão bloqueados como os piratas. A organização afirmou ainda que um sistema será criado para impedir que esses produtos sejam travados.
Fonte: UOL
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