Com o resultado da eleição da
Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), alguns
indicativos podem ser vistos, além dos próprios números. O prometido
apoio dos dois grupos não teve 100% em Brasília. Isto traiu a confiança
na vitória, em especial do pastor Samuel Câmara, obviamente.
Sua base perfazia o total de pouco mais
de 11 mil, enquanto do pastor José Wellington anunciava 14 mil. As
contas não batem, pois os inscritos não passavam de 24,2 mil, porém,
aproximam. Nas minhas contas, mais realistas, considerando o grupo de
apoio de pastor Samuel, totalizei 7.970 votos, isto é, dos 11 mil, os
que realmente estariam presentes para dar o seu voto.
Menos 30%
Ocorre que, não obstante as inscrições
serem reais, a presença deixou a desejar. A desistência aumentou de 25%
na última eleição em Vitória, para os 30% atuais. Dos 24,2 mil
compareceram somente 17 mil e, desses, 328 não compareceram às urnas,
baixando o número para 16,6 mil votaram. Com isto, o índice de votantes
desceu ainda mais, menos 31%.
Mesmo assim, o tempo preestabelecido –
das 8 às 17h – não foi suficiente. Às 17h, muitos ainda permaneciam em
filas, quando receberam senhas. As urnas foram abertas às 20h34, mas a
contagem dos votos demorou ainda mais. Fiquei até o final da contagem e
da emissão do relatório final (de mídia, sozinho), próximo das 5h30 da
madrugada do dia 12.
Depois de considerar a desistência da
eleição anterior, fiz a previsão de presença: 17 mil. Na pior hipótese,
entre 16 e 19 mil. Cheguei perto dos números reais.
Outros números
A previsão do grupo de pastor José
Wellington, no dia anterior à eleição, segundo o ministro Joabe (Maceió)
era bem realista: 8 mil para José Wellington e 6 mil para Samuel
Câmara. A diferença em percentual permaneceu praticamente a mesma,
somente os números finais mudaram: 9 mil a 7,4 mil.
Parece que os números se alteraram no dia
11 – da eleição –, pois até o dia 10, os indicavam 14 mil presentes.
Pastor Samuel mantinha 5 mil instalados em suas gigantescas tendas
armados no local.
Resultados e os mais votados
Os números-resultados revelam alguns
segredos. Pastor José Wellington recebeu 55% dos votos e, somente 751 a
mais que pastor Temóteo Ramos, 5º vice; 801 a mais que pastor Jerônimo
dos Santos, Conselho Fiscal (Sul); e 881 acima da votação recebida pelo
pastor Antonio Dionizio (2º secretário-Centro Oeste), os três mais
votados.
Eles formaram o grupo do vice, secretário
e conselheiro mais votado e teve mais votos que pastor Samuel Câmara:
7.407 contra 8.252, 8.202 e 8.122, respectivamente.
Brancos e nulos: 26.7 mil
Os brancos e nulos também realçam as
contas. Foram 21.218 brancos e 5.493 nulos, totalizando 26.7 mil. Os
números foram multiplicados pela disputa de 41 nomes a 18 cargos.
A representatividade do Nordeste contou
com dois nomes fortes: José Neco-Alagoas e Pedro Damasceno-Maranhão e,
por isso, creio, teve um índice alto de abstinência: 1.117 brancos e 268
nulos.
Com a maior diferença (8.252 de pastor
Temóteo contra 6.897 de pastor Eliel), os dois do Rio (Confraderj e
Ceader), registraram 1.396 brancos e 310 nulos.
Os brancos somados para a 5ª secretária
foram de 2.065, com três candidatos e disputa entre Jonas Francisco
(6.932) e Isaías Coimbra (6.141), os dois do Rio, Confraderj e Ceader,
respectivamente.
Na disputa pelo cargo de
conselheiro-Sudeste (Luiz Mariano-Ceader-RJ e vencedor-6.278; Edson
Vicente-6.163; e Samuel Rodrigues-Ciadspel-SP- 1.986) os votos em branco
chegaram a 1.675 e nulos 349. Um número a menos (1.676), foram os
brancos para 4º secretário.
Composição da mesa diretora
As dezenas de seções eleitorais com cédulas que levavam até 4 minutos para conclusão do voto
Embora tenha vencido a presidência,
pastor José Wellington não levou todos os principais cargos.
Interessante que os eleitores votaram em duas cédulas-urnas: 1:
presidente (1), vices (5) e secretários (5). Na cédula-urna 2: 1º e 2º
tesoureiros (entre 5 candidatos); e 5 conselheiros (entre 12
candidatos).
A cédula 1 foi vencida, inteiramente,
pelo grupo de pastor José Wellington; a cédula 2, foi vendida por
membros do grupo do pastor Samuel Câmara, também completamente. Todos
estes juraram fidelidade, isto é, de não mudar de posição e não aderir à
política de pastor José Wellington, em documento assinado por todos.
Auditoria de contas
Com essa posição, eles pretendem analisar
possíveis falhas discutidas em plenário, concernentes às contas da
CGADB-CPAD. Para que não haja imposição ‘partidárias’, emoção acima da
razão e ainda para não postergar e assumir culpas por omissão, segundo
um dos tesoureiros-eleitos, deverão contratar uma empresa de auditoria
independente para análise das contas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário