Na
orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi realizada hoje a maior
manifestação contra “a intolerância e a discriminação” representada
pela presença do deputado Marcos
Feliciano na Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal. À frente do
movimento parlamentares como Marcelo Freixo, da Assembleia Legislativa carioca,
Chico Alencar (PSOL) e Jean Wyllys, do mesmo partido e homossexual assumido. Indiferente
aos protestos o político e pastor prossegue defendendo seus ideais e já
pensa até em se candidatar à presidência da República.
Afinal de contas quem é esse Feliciano que provoca tantas
manifestações dos artistas, dos grupos à esquerda e dos que são simpáticos à
causa gay?
Marco Feliciano é deputado federal por São Paulo, o maior
Estado da Federação, com uma população superior a de muitos países. O parlamentar é filiado ao
Partido Social Cristão, o PSC. Ele é presidente e pastor da Assembleia de Deus
Catedral do Avivamento, igreja vinculada à Assembleia de Deus, culto evangélico
com cerca de 20 milhões de fieis no Brasil.
Depois que virou celebridade, Feliciano já foi entrevistado
pelos maiores jornais do país, emissoras de TV e de rádio e sites da internet. Além
disso ele mesmo posta frases no twitter e assim seu pensamento se torna cada
vez mais conhecido.
Acusado de racismo e homofobia, o representante do PSC disse
que está sendo perseguido pela “ditadura gay”. Numa de suas afirmações mais polêmicas,
sustentou que a etnia negra é amaldiçoada. “A bíblia diz isso”, garante.
O deputado reiterou ainda
sua oposição a leis que condenam a discriminação sexual e assegurou que, em sua
opinião, deveria haver leis também contra os preconceitos contra
"carecas", "caolhos" e "banguelas".
Sobre a homossexualidade,
insistiu que pode ser "revertida" com ajuda "psicológica" e
"espiritual", já que é "um fenômeno de comportamento".
Feliciano não admite o
casamento entre pessoas do mesmo sexo e explica: "O problema é que depois
do casamento religioso, eles podem querer, como já brigam pela adoção de
crianças. E nós sabemos, a própria psicologia diz, que a criança criada por
dois homens ou criada por duas mulheres tem uma problemática sem tamanho",
declarou.
A indignação dos movimentos
de direitos humanos foi além das fronteiras do país e a Anistia Internacional,
no começo dessa história, considerou
"inaceitável" a permanência do parlamentar no cargo.
Abaixo algumas frases de
Marco Feliciano, postadas no twitter.
“Os artistas são a favor do casamento gay. Os intelectuais
também são. Resta aos cristãos e conservadores de valores morais lutarem”
“Respondi à deputada: que negro nasce negro, índio nasce
índio, mas homossexual não nasce homossexual”
“Africanos descendem de um ancestral amaldiçoado por Noé. Isso
é fato. O motivo da maldição é a polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters rsss”
“Nunca me passou pela cabeça presidir a Comissão dos Direitos
Humanos, mas agora com tanto ataque, deu até vontade”
“PSC discute a possibilidade de ter em 2014 candidato a
presidente da República. Eu disse que sou a favor e me coloquei à disposição do
partido”
O deputado estadual Marcelo Freixo, um
dos organizadores da manifestação deste domingo, no Rio, acha que é preciso dar
espaço para que a sociedade possa se pronunciar sobre algo muito grave: o
desrespeito à história e a importância da Comissão de Direitos Humanos do
Congresso Nacional.
"É uma ameaça ao estado laico, ao
estado democrático de direito. Não é possível que uma comissão do Congresso
Nacional importante como é a de Direitos Humanos tenha alguém à frente que
representa um grupo com maioria na Comissão, e que nega essas bandeiras”.
Para
Marcelo o atual presidente da comissão, deputado Pastor Marco Feliciano não só
não tem o perfil dessas bandeiras, mas suas falas representam, claramente,
violações a esses direitos. “É um grupo fundamentalista e isso na história da
humanidade custa muito caro à sociedade”, disse o deputado carioca.
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