segunda-feira, 8 de abril de 2013

FELICIANO ADMITE SER CANDIDATO A PRESIDENTE.

Na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi realizada hoje a maior manifestação contra “a intolerância e a discriminação” representada pela presença do deputado  Marcos Feliciano na Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal. À frente do movimento parlamentares como Marcelo Freixo, da Assembleia Legislativa carioca, Chico Alencar (PSOL) e Jean Wyllys, do mesmo partido e homossexual assumido.  Indiferente aos protestos o político e pastor prossegue defendendo seus ideais e já pensa até em se candidatar à presidência da República.

Afinal de contas quem é esse Feliciano que provoca tantas manifestações dos artistas, dos grupos à esquerda e dos que são simpáticos à causa gay?

Marco Feliciano é deputado federal por São Paulo, o maior Estado da Federação, com uma população superior a de muitos países. O parlamentar é filiado ao Partido Social Cristão, o PSC. Ele é presidente e pastor da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, igreja vinculada à Assembleia de Deus, culto evangélico com cerca de 20 milhões de fieis no Brasil.

Depois que virou celebridade, Feliciano já foi entrevistado pelos maiores jornais do país, emissoras de TV e de rádio e sites da internet. Além disso ele mesmo posta frases no twitter e assim seu pensamento se torna cada vez mais conhecido.

Acusado de racismo e homofobia, o representante do PSC disse que está sendo perseguido pela “ditadura gay”. Numa de suas afirmações mais polêmicas, sustentou que a etnia negra é amaldiçoada. “A bíblia diz isso”, garante.
O deputado reiterou ainda sua oposição a leis que condenam a discriminação sexual e assegurou que, em sua opinião, deveria haver leis também contra os preconceitos contra "carecas", "caolhos" e "banguelas".
Sobre a homossexualidade, insistiu que pode ser "revertida" com ajuda "psicológica" e "espiritual", já que é "um fenômeno de comportamento".
Feliciano não admite o casamento entre pessoas do mesmo sexo e explica: "O problema é que depois do casamento religioso, eles podem querer, como já brigam pela adoção de crianças. E nós sabemos, a própria psicologia diz, que a criança criada por dois homens ou criada por duas mulheres tem uma problemática sem tamanho", declarou.
A indignação dos movimentos de direitos humanos foi além das fronteiras do país e a Anistia Internacional, no começo dessa história,  considerou "inaceitável" a permanência do parlamentar no cargo.
Abaixo algumas frases de Marco Feliciano, postadas no twitter.
 “Os artistas são a favor do casamento gay. Os intelectuais também são. Resta aos cristãos e conservadores de valores morais lutarem”

“Respondi à deputada: que negro nasce negro, índio nasce índio, mas homossexual não nasce homossexual”

“Africanos descendem de um ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polêmica. Não sejam irresponsáveis twitters rsss”

“Nunca me passou pela cabeça presidir a Comissão dos Direitos Humanos, mas agora com tanto ataque, deu até vontade”

“PSC discute a possibilidade de ter em 2014 candidato a presidente da República. Eu disse que sou a favor e me coloquei à disposição do partido”

O deputado estadual Marcelo Freixo, um dos organizadores da manifestação deste domingo, no Rio, acha que é preciso dar espaço para que a sociedade possa se pronunciar sobre algo muito grave: o desrespeito à história e a importância da Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional.
"É uma ameaça ao estado laico, ao estado democrático de direito. Não é possível que uma comissão do Congresso Nacional importante como é a de Direitos Humanos tenha alguém à frente que representa um grupo com maioria na Comissão, e que nega essas bandeiras”.
Para Marcelo o atual presidente da comissão, deputado Pastor Marco Feliciano não só não tem o perfil dessas bandeiras, mas suas falas representam, claramente, violações a esses direitos. “É um grupo fundamentalista e isso na história da humanidade custa muito caro à sociedade”, disse o deputado carioca.

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