Secretário de Estado dos EUA, no entanto, diz que tema não deve ser precondição para a retomada das negociações de paz
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, pediu ontem
ao governo de Israel que evite novas construções em assentamentos, para
revitalizar as negociações de paz no Oriente Médio. De acordo com o
chefe da diplomacia americana, israelenses e palestinos devem permanecer
focados no objetivo maior, que é retomar as negociações diretas.
Ao contrário de declarações anteriores de funcionários do governo
americano, desta vez Kerry não exigiu um completo congelamento dos
assentamentos e disse que a questão pode ser tratada melhor por meio de
um rápido reinício das negociações entre israelenses e palestinos.
"Estamos tentando voltar às negociações sem precondições", disse
Kerry. "Não pretendemos ficar presos em um lugar discutindo sobre um
tema tão importante que é, na verdade, parte de um acordo final."
Divergências. A ONU apoia a exigência de Israel, de que as
negociações sejam retomadas sem precondições, posição endossada por
Kerry após dois dias de reuniões em Jerusalém e em Ramallah com líderes
israelenses e palestinos, que exigem, no entanto, a interrupção das
construções antes de retornar às negociações.
Kerry disse que é importante não permitir que os assentamentos
prejudiquem as negociações, que poderiam estabelecer uma fronteira entre
os dois territórios, como parte de um acordo de paz. Assim, de acordo
com ele, a questão seria resolvida, porque cada lado teria limites
claros para exercer sua soberania em dois Estados.
Assentamentos. "A posição dos EUA, no que diz respeito aos
assentamentos, é clara e não mudou. Acreditamos que eles devem ser
interrompidos", disse Kerry. "Essa é uma posição não apenas nossa, mas
da comunidade internacional."
Apesar das dificuldades em levar israelenses e palestinos de volta à
mesa de negociação, Kerry acredita que a paz ainda é possível. "Os dois
lados sabem quais são suas escolhas. Os dois lados sabem o que é
necessário para seguir adiante e é hora de os governos tomarem suas
decisões."
Kerry não anunciou uma data específica para a retomada das
negociações e garantiu que não há um prazo máximo para que isso ocorra.
De acordo com os negociadores palestinos, no entanto, o limite seria
junho. Após essa data, se não houver progresso, eles entrariam com um
pedido de adesão ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia.
Israel teme que a entrada dos palestinos no TPI possa aumentar o
apoio internacional à Autoridade Palestina. Além disso, a adesão de
Ramallah ao TPI abriria caminho para a formalização de acusações de
crimes de guerra contra as forças de ocupação israelenses.
Fonte: Estadão REUTERS,
NYT e AP
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