A Petrobras foi
multada na semana passada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente em R$ 5
mil, valor máximo permitido pela lei ambiental do município. A Petrobras
anunciou que recorrerá da multa por considerá-la indevida, pois o produto
“comprovadamente não tem relação com nossas atividades”.
Em 2006, na mesma
área, um morador descobriu petróleo no quintal de sua casa quando realizava uma
reforma. Antes da descoberta, ele se queixava de cheiro forte de petróleo na
vizinhança. Em uma rua próxima, o produto jorrava na calçada. Na época, nove
famílias foram removidas pela Petrobras, que pagou cerca de R$ 150 mil por
imóvel, de acordo com os moradores. Eles passaram por exames laboratoriais para
detectar possíveis contaminações.
A Petrobras divulgou
na ocasião que a substância era “óleo degradável”. As casas foram demolidas e a
área, interditada, com muros de concreto. O bombeiro civil Evaldo Pereira, de
39 anos, morador da região, afirma que novos focos foram registrados a um
quilômetro da área contaminada e que técnicos da empresa não visitaram o local
mesmo após as reclamações. O muro da área interditada amanheceu pichado com as
inscrições “Petrobras assassina” e “Socorro, Petrobras”.
De acordo com
Pereira, a dificuldade acontece quando chove na área supostamente contaminada.
“A água infiltra-se no solo e traz o petróleo à tona, que é mais leve. O
resultado é o extravasamento do produto pelas ruas do bairro”, afirma ele, que
mora no local há 30 anos.
Pereira diz que
novos casos de doenças relacionadas ao produto vêm sendo registrados. “Os
sintomas que nossos vizinhos têm são semelhantes aos de funcionários de
indústrias petroquímicas, ou seja, são provocadas por gases tóxicos produzidos
por hidrocarboneto (petróleo), como ansiedade generalizada.”
Para complicar a
situação, algumas residências próximas estão ruindo em função das escavações
que são feitas pela Petrobras. Moradores suspeitam que a Petrobras tenha
aterrado grande parte do bairro - praticamente inexistente na época - com óleo
contaminado, possivelmente proveniente de limpeza dos tanques na década de
1970. Os resíduos teriam permanecido no solo. Ao longo dos anos, as casas foram
erguidas em cima dessa área.
Estatal - Segundo a
Petrobras no Rio, o produto que aflora na calçada não é tem relação com as
atividades da empresa. A estatal afirma que com a Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental (Cetesb), realizou análises químicas do produto e “todas
constataram que não se trata de hidrocarbonetos de petróleo”. Ainda conforme a
Petrobras, “as ações vêm sendo acompanhadas pelo Ministério Público (MP),
Cetesb, Vigilância Sanitária e Secretarias de Meio Ambiente e Saúde (de São
Sebastião)”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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