por Leiliane Roberta Lopes
No dia 22 de março a sede da Igreja Sara
Nossa Terra em São Paulo organizou a Festa Colors, uma balada gospel que atraiu
cerca de 1,1 mil jovens entre 16 e 28 anos.
A
estratégia é usada não apenas para entreter os evangélicos, mas também para
atrair aqueles que não frequentam nenhuma igreja.
A
reportagem da Folha de São Paulo acompanhou o evento e entrevistou o produtor
João Rodrigues, mais conhecido no meio gospel como DJ MP7. Ele foi o
responsável por agitar os jovens durante toda a noite.
MP7
garante que a falta de entretenimento nas igrejas faz com que muitos jovens
busquem diversão em baladas seculares. “Não tem como negar. O jovem evangélico
não tem opção para se divertir. Boliche todo dia cansa, muitos acabam indo para
baladas seculares. E isso interfere no modo de vida cristão”, disse.
Ele
chegou a fazer um levantamento em uma festa tradicional da Vila Olímpia e
constatou que 30% dos frequentadores eram evangélicos. É nesses lugares que o
produtor e DJ evangeliza, fazendo convite para que essas pessoas conheçam os
eventos das igrejas. “A gente não cobra dessas pessoas. A gente convida. É uma
estratégia de evangelização”.
Apesar
de ainda causar estranhamento entre os religiosos mais tradicionais, balada
gospel não é novidade no meio. A Igreja Renascer em Cristo faz evangelismos
parecidos desde o final da década de 80.
Nessa
época os membros da Renascer evangelizavam em locais pouco convencionais como a
Galeria do Rock, no Centro de São Paulo, fazendo convites para os shows que
aconteciam às segundas-feiras na antiga sede da igreja no Cambuci.
Com
muita música e sem oferecer bebidas alcoólicas para os frequentadores, as
baladas evangélicas são opções para quem quer evangelizar um amigo mais jovem
que não aceitaria assistir a um culto normal.
“A
gente diz para os jovens convidarem um colega da faculdade, um vizinho do
bairro”, disse o bispo Felipe Corrêa, responsável pela balada Sky, da Igreja
Renascer.
A
balada da Sara Nossa Terra é coordenada pelo bispo Christiano Guimarães e
acontece duas vezes por ano. Ali há “atalaias”, obreiros responsáveis em
garantir que os casais não excedam nos carinhos e beijos trocados, enquanto o
“bar” oferece apenas bebidas sem álcool. “Além de suco, refri e energético –
muuuito energético-, tem batida. Sem álcool, claro”, diz o bispo.
Gospel Prime.
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