Em Filipenses 2.7 e Romanos 8.3, a Palavra de Deus diz claramente que o Senhor Jesus, ao se humanizar, fez-se semelhante aos homens (gr. homoioma), e não igual ou idêntico a eles (gr. isos). Em outras palavras, Ele se fez Homem sem nunca ter deixado de ser Deus (Jo 1.14; 8.58). E aí está o grande mistério da sua gloriosa encarnação (cf. 1 Tm 3.16). A frase bíblica “em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hb 4.15) denota que Jesus foi o único homem a nascer e a viver sem pecado. E, por isso mesmo, foi também o único que morreu por nossos pecados e ressuscitou para a nossa justificação.
A frase “em tudo foi tentado, mas sem pecado” apresenta, de modo sintético, a verdade neotestamentária de que o Unigênito — gr. monogenes, “único do gênero” (Jo 3.16) — foi tentado pelo que estava à sua volta (Mt 4.1-11), e não a partir de sua própria natureza, a qual jamais deixou de ser plenamente santa (Jo 8.46; 1 Pe 2.22). Diferentemente do Homem perfeito e incomparável, nós, além de sermos tentados pelo mundo e pelo Diabo (tentação externa), também somos tentados por nós mesmos, a partir de nossa própria natureza decaída (tentação interna): “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1. 14).
Por que, pois, o Deus-Homem venceu a tentação externa como Homem? Esse foi um dos propósitos da sua gloriosa encarnação, visto que nós, por nós mesmos, jamais venceríamos a tentação. Somos dependentes da graça do Senhor Jesus (2 Co 12.9), o qual se fez “semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb 2.17,18).
Pr Ciro Sanches Zibordi (Blog do Ciro)
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