sexta-feira, 15 de julho de 2011

PODE UM SERVO DE DEUS DETERMINAR? ...PODE OU NÃO PODE? PARTE III.






É preciso mesmo usar essa prática de "determinar" para alcançar as bênçãos de Deus? Na Bíblia, aprendemos a orar em humilhação perante o Senhor (Jr 33.3; 2 Cr 7.14,15). Os primeiros crentes oravam com ousadia, e o Senhor lhes respondia (At 4.29-31). Seria, missionário Soares, a “determinação” mais poderosa do que a verdadeira oração, em humilhação perante o Senhor?

Sinceramente, me incomoda esse negócio de falar com o Diabo... Oração não é um diálogo com Deus, em nome de Jesus? Muitos pregadores da atualidade, inclusive o senhor, têm mudado o foco da oração com a maior naturalidade... Jesus nos ensinou como devemos orar. O Mestre, em Mateus 6.5-13, deixou-nos um modelo de oração, da qual destaco algumas características, para que o senhor possa fazer uma reflexão:

1) A oração não é para alguém “aparecer”, como fazem os hipócritas (vv.5,6). Mas os pregadores da “determinação” (tenho notado) fazem questão de fazer orações “poderosas” em que desafiam o Diabo! O senhor acha que isso é correto?
2) As repetições vãs — ensinou Jesus — são desnecessárias (vv.7,8). Mas os pregadores em questão, inclusive o senhor, com todo o respeito, não só repetem frases de efeito, como mandam o povo repeti-las...
3) Jesus disse: “Portanto, orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (v.9). Note que a primeira palavra da oração de Jesus foi “Pai”, e não “Diabo”! Mas percebo que o senhor gosta de dirigir palavras ao Diabo...
4) A oração — ensinou o Mestre — deve começar com adoração a Deus e exaltação do seu nome (v.9). Os pregadores dessa verdadeira “fé na fé”, porém, começam exigindo, determinando e valorizando o “eu”. “Eu declaro; eu exijo...” Eu, eu e mais eu! Isso é certo, caro missionário?
5) O Senhor Jesus ensinou, ainda, que a prioridade, quando oramos, é a vontade de Deus, e não as nossas necessidades: “... seja feita a tua vontade...” (vv.10,11). Porém alguns pregadores parecem ter uma presunção tão grande, a ponto de dizerem que orar assim é uma demonstração de incredulidade.

Eu estou sinceramente preocupado com esse evangelho que o senhor tem pregado, que só enfatiza fé, prosperidade, cura, etc. O senhor, caro missionário, não está se esquecendo de pregar mais sobre a preciosa salvação em Cristo (2 Co 4.7)? Eu quase não ouço o senhor falar de Jesus, do plano salvífico... Ora, a salvação não é muito mais valiosa do que ter dinheiro, saúde e propriedade? A prosperidade material é sim importante, porém não é o principal (Mt 6.19-21; 1 Tm 6.10).

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