terça-feira, 2 de agosto de 2011

AOS 103 ANOS, MULHER COMEÇA A ESTUDAR NO INTERIOR DA BAHIA - PARTE 3

QUE LIÇÃO DE VIDA, MUITAS VEZES PENSAMOS QUE É O FIM.

                  Na sala da escola estadual Luís Eduardo Magalhães, dona Beduína já escreve o primeiro nome. “Ela conta muitos casos. Se deixar, acho que até dá aula, mas é bastante concentrada na hora da atividade”, diz a estudante de pedagogia Francisca Ferreira, professora da turma de 20 alunos de 22 a 103 anos, a maior parte entre 50 e 60 anos.
                Joviniana é um dos 351 alunos em São Sebastião do Passé do Topa (Todos pela Alfabetização), programa do governo Jaques Wagner (PT). A iniciativa reflete velhos problemas da educação do País – os professores do programa, todos voluntários, ainda não receberam em 2011 a ajuda de custo mensal de R$ 250. A Secretaria da Educação da Bahia informou que os repasses estão atrasados porque a prefeitura de São Sebastião do Passé não confirmou dados de presença dos docentes. A prefeitura disse estar providenciando as informações.
                  Para além das dificuldades, o exemplo da estudante centenária animou Maria da Silva dos Santos, 59 anos, que também passou a frequentar as aulas e caminha de mãos dadas com a amiga até a escola todos os dias. Outra colega é Maria Cecília dos Santos, 58 anos, uma das sete filhas de dona Beduína. Ao todo, a matriarca teve quatro maridos (o último morreu há cerca de dez anos) e 17 filhos, dos quais 14 estão vivos, espalhados por cidades do entorno de Salvador e em São Paulo. São 92 netos, e a família já perdeu a conta dos outros descendentes.

                   Bahia é o Estado com mais brasileiros centenários: são 3.525 ao todo, segundo o censo 2010 do IBGE. Entre eles, dona Beduína.

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