Conhecido na década de 1980 por comandar esquadrão da morte, ex-PM foi morto quando chegava em casa, em Pindamonhangaba, no interior de SP
Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo Bruno, se tornou pastor evangélico
(Reprodução/YouTube)
O ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, conhecido como Cabo
Bruno, foi morto a tiros pouco antes da meia-noite desta quarta-feira,
na porta da casa onde morava, em Pindamonhangaba, interior de São
Paulo. O crime ocorreu 34 dias depois de Bruno obter um indulto e sair da prisão.
Fora da cadeia, ele atuava como pastor evangélico, atividade que
iniciou quando cumpria pena – foram quase 28 anos atrás das grades, dos
quais 20 ininterruptos.
Por volta das 23h45, quando o ex-PM voltava de um culto na cidade de
Aparecida acompanhado de parentes, dois homens se aproximaram e
dispararam cerca de 20 tiros em Bruno, de acordo com a Polícia Militar.
"Segundo testemunhas, eram dois homens que chegaram a pé e atiraram
somente contra ele (Cabo Bruno). Não foi anunciado assalto. Havia um
carro próximo do local, possivelmente utilizado pelos atiradores na
fuga. Não temos pistas ainda sobre a autoria. Provavelmente foi um crime
de execução, porém isso ficará agora a cargo da Polícia Civil
investigar", afirmou o tenente Mário Tonini, da 2ª Companhia do 5º
Batalhão da Polícia Militar.
Cabo Bruno, na época em que foi preso
Cabo Bruno não chegou a ser levado a um hospital, pois morreu na hora.
Peritos estiveram no local do crime e recolheram cápsulas de uma pistola
ponto 40 – calibre utilizado pela Polícia Militar – e de outra arma,
calibre 380.
Esquadrão da morte – Acusado de matar ao menos 50
pessoas, Cabo Bruno ficou conhecido na década de 1980, quando estaria no
comando de um esquadrão da morte. Ele foi preso em 26 de setembro de
1983. Durante o período de reclusão, foram registradas três fugas, sendo
a última recaptura em maio de 1991. Ele havia sido condenado a 117
anos, quatro meses e três dias de reclusão.
Após cumprir 20 anos de prisão ininterrupta, Cabo Bruno adquiriu o direito ao indulto. No cárcere, Florisvaldo de Oliveira tornou-se religioso, virou pastor evangélico e se casou com uma cantora gospel.
Após cumprir 20 anos de prisão ininterrupta, Cabo Bruno adquiriu o direito ao indulto. No cárcere, Florisvaldo de Oliveira tornou-se religioso, virou pastor evangélico e se casou com uma cantora gospel.
Em agosto de 1984, VEJA publicou uma matéria com uma entrevista concedida pelo ex-policial,
então com 25 anos. Foragido da polícia na época, o acusado deu um
relato frio e rico em detalhes sobre suas atividades criminosas. "Matei
porque essas pessoas fizeram mal a muita gente", justificou os crimes
praticados.
Depoimentos da época afirmam que a maioria das vítimas de Cabo Bruno
eram criminosos da periferia da zona sul de São Paulo. Ele disse que
"perdeu a conta" dos assassinatos a partir da 33ª vítima. Antes de ter
sido preso e expulso da corporação, o policial chegou a jurar que era
inocente. O assassinato de Bruno foi registrado no Distrito Policial
Central de Pindamonhangaba, onde será investigado.
(Com Agência Estado)
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