quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Evangélicos com o nome sujo no SPC e Serasa.

 
Antes de qualquer coisa preciso afirmar que não estou generalizando. Bem sei que existem casos diferenciados de irmãos que se endividaram em virtude do desemprego, enfermidade ou até mesmo da morte de um ente querido, entretanto, para nossa tristeza existe um número considerável de cristãos que ao contrário do que deviam agem desonestamente não honrando suas dívidas, nem tampouco pagando suas contas.

Isto posto, vamos ao artigo:

O Apostolo Paulo ao escrever a epístola aos Romanos ensina que os cristãos não podem dever nada a ninguém. "A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei." ( Romanos 13:08). No entanto, ao contrário disso um número incontável de evangélicos brasileiros encontram-se absolutamente endividados.  Infelizmente sei de casos de pessoas que em nome da  "bênção" e da prosperidade gastam mais do que ganham. Para piorar a situação, existem aqueles que  pegam dinheiro emprestado e não pagam os seus credores, isso sem falar é claro, naqueles que fazem crediários, empréstimos dando calote no comércio.
Pois é, outro dia soube de um famoso supermercado em Goiânia que recusou fazer o cartão de crédito para um pastor pelo fato de muitos destes serem desonestos. Há pouco, um amigo compartilhou que tentou comprar um carro financiado, mas o vendedor quando soube que o proponente da compra era um pastor desistiu do negócio por entender que pastores não pagam suas dividas.
Triste isso não é verdade? Lamentavelmente sou obrigado a concordar que muitos evangélicos tem agido desonestamente não cumprindo com as suas obrigações.
Prezado amigo, o que me assusta é que parte da igreja ainda advoga a causa de que estamos vivendo um genuíno avivamento. Ora, pare, pense e responda: Que avivamento é esse onde os crentes não pagam suas dívidas? Que avivamento é esse que evangélicos pegam empréstimos bancários e dão calotes nos bancos? Que avivamento é esse que fazem de cristãos pessoas desonestas? Pois é, a quantidade de pessoas que se dizem cristãs e se comportam com desonestidade é absurda. Outra dia eu soube de uma pessoas que ao participar de um evento evangélico roubava bíblias. 
Pois é, o que falar então dos crentes muambeiros da "Conde de Sarzedas" que em nome de Deus cometem, compram e vendem todo tipo de pirataria? 
Caro leitor, ao contrário do "Avivamento tupiniquim" os avivamentos que aconteceram no decorrer da história proporcionaram mudança comportamental nos crentes. Em Genebra, no tempo de Calvino, por exemplo, os que haviam defraudado, furtado ou roubado alguém, geralmente procuravam as pessoas prejudicadas e lhes ressarciam além do valor do objeto extorquido, três, quatro vezes mais o que deviam. Já no Brasil, por fatores diversos isso não acontece.
Por que será então que muitos que se dizem cristãos em nosso país são desonestos e não pagam suas dívidas?
1- Pelo fato de não terem nascido de novo. Isso se deve ao ponto de que não terem entendido a mensagem do Evangelho. Lamentavelmente um número considerável de "frequentadores" de igreja nada sabem sobre pecado, inferno, perdão, Salvação, Cristo e Evangelho. 
2- Por que  ouviram um falso evangelho que está fundamentado tanto  na confissão positiva, como na teologia da prosperidade cujo deus é o secularismo.
3- Pelo inconsciente coletivo tupiniquim que nos incentiva a uma vida de desonestidade.
Pois é, este mundo pós-moderno se caracteriza por um estilo de vida hedonista aonde o que importa é satisfazer prioritariamente suas vontades, independente de que isso signifique atropelar conceitos e pessoas. Infelizmente as relações neste inicio de século XXI se fundamentam em trocas e barganhas onde o mais importante é descobrir o que eu posso ganhar e lucrar.
Em nosso país, é muito comum, ouvirmos dos lábios daqueles que nos relacionamos o que é que se pode ganhar com aquele tipo de atitude ou comportamento. Lembro que na década de 70 existia uma propaganda vinculada em rede de TV sobre uma marca de cigarro, na qual o ex-jogador da seleção brasileira Gérson era o protagonista. A propaganda dizia que comprar o cigarro em questão era vantajoso por ser melhor e mais barato que as outras marcas. E ao no final do comercial Gérson zombeteiramente dizia:"Você também gosta de levar vantagem em tudo, certo?”
Com o passar dos anos a propaganda captou um elemento de identificação que estava no imaginário popular. O jargão usado na época se transformou então naquilo que hoje denominamos de lei de Gerson, a qual passou a funcionar como mais um elemento na definição da identidade nacional e o símbolo mais explícito da nossa ética ou falta dela.
Por fatores dos mais diversos, a sociedade brasileira vem vivendo há muitos anos debaixo de uma enorme crise moral e relacional. E claro, como não poderia deixar de ser, a igreja evangélica também. Há pouco tempo, ouvi a história de um crente que ao ser reprovado no exame de uma autoescola, recebeu a proposta por parte do examinador de pagar por fora R$ 50, 00, a fim de que o exame fosse refeito. Tal “irmão” sem titubeios prontamente aceitou, dizendo ser aquilo a uma grande benção de Deus, afinal de contas o que importa é não perder.
Diante deste triste relato sou obrigado a lhe perguntar: Será que os fins justificam os meios? Será que devemos dar um “jeitinho” em tudo para atingirmos os nossos objetivos? Será que sempre tenho que ganhar alguma coisa? Ora, claro que não. Entretanto, essa sociedade encontra-se tão adoecida, que práticas como esta, se entranharam em nossos hábitos e costumes, fazendo-nos achar que não existe nenhum mal em subornar alguém. Junta-se a isso o fato de que as relações interpessoais são egoístas, manipuladores e utilitárias. Na verdade, parece que vivemos debaixo de uma síndrome, onde o que é importa é prevalecer sobre o outro, independente de que para isso precisemos atropelar conceitos, princípios e vidas.
Como cristãos somos desafiados a não vivermos segundo as regras deste sistema. De maneira alguma podemos permitir que valores antiéticos e amorais conduzam nossas vidas. Na perspectiva bíblica jamais nos será permitido negociarmos o inegociável, nem tampouco, instrumentalizarmos as pessoas com vistas ao nosso sucesso pessoal. Os pressupostos do reino nos motivam a vivermos uma vida justa, reta e equânime, onde nem sempre ganhamos.
Pense nisso!

Renato Vargens
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário