Pesquisa mostra como cães e gatos são mais valorizados que humanos.
por
Jarbas Aragão
Um estudo divulgado durante a 108ª Reunião Anual da
Associação de Sociologia Americana acabou gerando enorme polêmica.
Segundo a pesquisa, as pessoas têm mais empatia por animais maltratados
que pelos humanos adultos.
Jack Levin, professor de sociologia e criminologia da Universidade
Northeastern é o autor do estudo. Ele e o co-autor Arnold Arluke, um
professor da mesma universidade, entregaram aos participantes quatro
artigos fictícios. Um deles falava sobre violência contra uma criança de
um ano de idade, de um adulto de 30 anos, de um filhote de cachorro e o
de um cão adulto.
Todas as histórias eram idênticas, exceto pela identificação da
vítima. Após lerem os artigos, as pessoas deviam indicar seu “grau de
empatia” em relação à vítima. Foram entrevistados 240 homem e mulheres
adultos.
A diferença do nível de empatia pela criança e pelo filhote de
cachorro foi quase insignificante, mas a grande maioria disse se
revoltar mais com a violência contra o cachorro adulto do que contra o
homem de 30 anos.
Embora o estudo se baseie no exemplo de cachorros, os pesquisadores
acreditam que as conclusões seriam as mesas se fossem outros tipos de
mascotes. “Cachorros e gatos são animais de estimação e muitas vezes são
considerados parte da família. Muitas pessoas atribuem a esses animais
características humanas”, explica.
“Os humanos adultos vítimas de violência recebem menos empatia que as
crianças, os filhotes e os cães adultos vítimas de abuso ou crimes. Ou
seja, os cachorros adultos são vistos como dependentes e vulneráveis,
tanto quanto seus filhotes e as crianças”, explicou Levin.
Durante sua apresentação, Levin ressaltou: “A idade parece ser mais
relevante que a espécie quando se trata de receber empatia.
Aparentemente, considera-se que os humanos adultos são capazes de se
proteger, enquanto os cachorros adultos são vistos como filhotes
maiores”.
Levando-se em conta o grande número de instituições e ONGs que agem
em defesa dos animais, o resultado não surpreende. No Brasil, a maioria
dos donos de animais de estimação gasta mais de R$ 50 por mês para
cuidar do bicho. Apenas 12% conseguem gastar menos do que isso. Mais da
metade (quase 65%) deixa entre R$ 50 e R$ 120 nos pet shops todos os
meses.
Enquanto isso, organizações cristãs como a Visão Mundial encontram dificuldades para encontrar pessoas que doem 50 reais por mês para “apadrinhar” crianças que morrem de fome num país onde oficialmente existem 42,3 milhões de evangélicos, ou 22,2% dos brasileiros.
Com informações de Live Science e Examiner/ Gospel Prime
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