quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Cientistas apresentam planeta semelhante à Terra.



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Seu tamanho é estimado em 1,16 vezes o raio da Terra - apenas 16% maior
Foto: Reprodução / Nasa

Cientistas apresentaram nessa quarta-feira (30), o “retrato falado” do planeta mais parecido com a Terra já identificado fora do sistema solar. Chamado Kepler-78b, ele é apenas 20% maior e tem uma composição muito parecida com a terrestre, feita de ferro e rocha. Sua descoberta foi confirmada em agosto, em um estudo publicado na revista The Astrophysical Journal.
“É o mais próximo que já chegamos de um gêmeo da Terra. Só falta ser habitável”, disse o astrônomo Jorge Melendez, do Instituto de Astronomia (IAG) da Universidade de São Paulo, que também trabalha com a busca por planetas extrassolares.
Apesar de ser rochoso, o Kepler-78b está a apenas 1,5 milhão de quilômetros de sua estrela-mãe - cem vezes mais próximo do que a Terra está do Sol -, o que faz com que sua superfície seja extremamente quente, podendo chegar a “infernais” 2,8 mil °C.
“A possibilidade de vida é zero”, decreta Adriana Válio, presidente da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e professora do Centro de Radio Astronomia e Astrofísica Mackenzie.
Para ser um verdadeiro “gêmeo” da Terra, além de ser pequeno e rochoso, o planeta teria de estar na chamada “zona habitável” - ou seja, a uma distância da estrela que permitisse haver água líquida em sua superfície; uma condição básica para o desenvolvimento da vida como a conhecemos.
A proximidade do Kepler-78b com sua estrela é tão grande que o planeta completa uma volta em torno dela a cada 8,5 horas, comparado aos 365 dias do período orbital da Terra em torno do Sol.
DESCRIÇÃO - Localizado a 664 anos-luz da Terra, na direção da constelação de Cygnus. O novo planeta, como indica seu nome, foi detectado com base em observações do telescópio espacial Kepler, da Nasa.
O seu tamanho é estimado em 1,16 vezes o raio da Terra (apenas 16% maior). Faltava, porém, calcular sua massa e densidade, para confirmar se era mesmo feito de rocha - algo que só era possível com novas observações em terra, utilizando espectrógrafos super sofisticados.
Foi, então, o que fizeram dois outros grupos de pesquisa, cujos resultados foram publicados ontem pela revista Nature. Eles trabalharam independentemente, usando equipamentos diferentes, no Havaí e nas Ilhas Canárias, mas chegaram às mesmas conclusões. Além de calcular a massa, eles revisaram a medida de tamanho do Kepler-78b, que aumentou para 1,17 a 1,2 vezes o raio da Terra.
Outros exoplanetas pequenos, alguns até menores do que a Terra, já foram detectados com a ajuda do Kepler, mas suas massas não são conhecidas (apenas seus raios), o que impede os cientistas de determinar densidades e composição. “É provável que eles também sejam rochosos, mas não podemos estar 100% certos até medirmos a massa”, diz Melendez.
O desafio tecnológico de fazer essas medições para planetas muito pequenos ainda é grande. Detectar e caracterizar um planeta do tamanho da Terra, à distância que ele está do Sol, por exemplo, seria quase que impossível com a tecnologias disponíveis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agência Estado / NE 10

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