O Papa Francisco vem reforçando sua postura ecumênica, tentando
aproximar-se das outras correntes do Cristianismo como os ortodoxos e os
evangélicos. No sábado (25) durante o encerramento da Semana de Oração pela
Unidade dos Cristãos, que ocorreu na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, ele
fez orações em companhia do representante do Patriarcado ecumênico de
Constantinopla, Gennadios Zervos, e o representante do arcebispo de Cantuária e
chefe da Comunhão Anglicana, o pastor David Moxon.
Durante a missa na basílica, estavam diversos representantes
ortodoxos, anglicanos e de outras comunidades cristãs, e o sermão do Papa teve
como tema “Estará Cristo dividido?”, baseado no texto de 1 Coríntios 1:13. É
simbólica a presença de representantes da Igreja Ortodoxa, que teve um cisma
com a Igreja católica no século 11 e também membros da Igreja Protestante (ou
evangélica) que no século 16 rompeu com Roma.
Com grande tristeza, o pontífice lembrou as divisões históricas da
Igreja Cristã, que deu origem a muitos conflitos ao redor do mundo. Mas
Francisco preferiu exortar os cristãos a serem todos um, ressaltando que isso
não deveria ser fruto de estratégias humanas.
Durante o sermão, asseverou: “Nesta tarde, encontrando-nos aqui
reunidos em oração, sentimos que Cristo – que não pode ser dividido – quer
atrair-nos a Si, aos sentimentos do seu coração, ao seu abandono total e íntimo
nas mãos do Pai, ao seu esvaziar-se radicalmente por amor da humanidade. Só Ele
pode ser o princípio, a causa, o motor da nossa unidade. As nossas divisões
ferem o corpo de Cristo, ferem o testemunho que somos chamados a prestar-lhe no
mundo…. Cristo fundou uma única Igreja… Queridos amigos, Cristo não pode estar
dividido! Esta certeza deve incentivar-nos e suster-nos a continuar, com
humildade e confiança, o caminho para o restabelecimento da plena unidade
visível entre todos os crentes em Cristo”.
O papa Francisco lembrou ainda que outros papas como João XXIII e
João Paulo II defendiam o ecumenismo, mas que isso precisa ser ampliado.
Portanto, dispõe-se a ser um instrumento para isso. Ao falar dos obstáculos
para a unidade, pediu para que os cristãos continuem tendo humildade para
superar “os nossos conflitos, nossas divisões e nosso egoísmo”.
Não é a primeira vez que Francisco anuncia sua disposição de unir
mais católicos e evangélicos. No ano passado, logo após o anúncio do nome do
novo papa, a Aliança Evangélica Mundial afirmou que iria apoiar Francisco.
Meses depois, durante a JMJ, o papa entrou em uma igreja Assembleia de Deus no
Rio de Janeiro, para orar com evangélicos ali presentes. Mais recentemente,
afirmou que católicos e evangélicos deviam pedir perdão mutuamente e invocar “o
dom da unidade”.
Os evangélicos não sãos os únicos que Francisco tenta aproximar do
Vaticano, tendo convocado membros de todas as religiões do mundo a se unir,
pois isso seria mais um passo na busca pelo bem comum. O Vaticano já anunciou
que Francisco deseja se reunir com os líderes das principais religiões do mundo
para discutirem um esforço conjunto pela paz e harmonia mundial. Com
informações de Rádio Vaticana e NY Times.
Gospel Prime / por Jarbas Aragão
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