sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A famigerada "industria" do testemunho.



Na década de 80 tornou-se comum encontrarmos nas igrejas evangélicas "novos convertidos" testemunhando dos "milagres de Deus" em suas vidas. Nessa perspectiva, os púlpitos evangélicos que pregavam iminentemente a Palavra, deixaram de fazê-lo, optando assim pelas histórias " de um ex-alguma coisa.
Pois é, é impressionante como alguns pastores gostam de testemunhos eletrizantes. Os cultos de algumas igrejas estão lotados de “irmãos” que cometeram delitos nos passado e que gostariam de uma “oportunidade” para compartilhar as bênçãos de Deus. Nesta perspectiva tem sido possível encontrar todo tipo de ex, ex-ladrão, ex-bruxo, ex-traficante, ex-michê, ex-prostituta, ex-travesti, ex-trambiqueiro, ex-aidético, ex-cafetão, ex-parceiro do diabo e muito mais.
Confesso que estou cansado disso. Ora, não me interessa as elucubrações nem tampouco as viagens esquizofrênicas desta gente que afirma ter sido parceiro do diabo, que visitou o inferno, que fez pacto satânico, a Palavra de Deus me basta! Não me interessa saber se o ex-encapetado cometeu necrofilia ou era amigo pessoal do capeta, o que me importa é Cristo Jesus e sua Palavra.
Há alguns anos vi um cartaz que dizia: “venham assistir o menor pregador do mundo”. Ora, o convite não se fundamentava na qualidade do pregador nem tampouco na sua homilia, ou capacidade teológica de expor a fé, mas sim no inusitado, no exdrúxulo. no aberrativo. Outra pessoa teve a cara de pau de me oferecer a oportunidade de receber em minha igreja uma menina pastora, que aos 07 anos recebera uma nova unção de Deus, o que é claro, recusei.
Pois é, para piorar a situação, o tempo em que as igrejas deveriam destinar à pregação da Palavra e estudo das Escrituras tem sido gasto com testemunhos manipuladores e interesseiros de pessoas que se sentiram agraciadas pelo “gênio da lâmpada mágica” recebendo carros, casas e dinheiro.
Fala sério! falta-me palavras para retratar minha indignação! O que fizeram do cristianismo? Que evangelho louco é esse? Ora, este não é, não foi e nunca será o Evangelho do meu Senhor.
Caro leitor, acredito piamente que os conceitos pregados pelos reformadores precisam ser resgatados e proclamados a quantos pudermos, até porque, somente assim, poderemos novamente sair deste momento preocupante e patológico da Igreja evangélica.
Voltemos as Escrituras e façamos dela nossa única e exclusiva regra de fé.

Pastor Renato Vargens

Nenhum comentário:

Postar um comentário