Homem que virou símbolo da tragédia em Petrópolis há mais de 30 anos vê a tragédia se repetir e perde filha e dois netos
Foto de Jamil Luminato, aos 21 anos, virou símbolo da tragédia e ganhou prêmio em 1981
CPDoc/JBFolhapress
O pedreiro Jamil Luminato, de 53 anos, que se tornou herói em
1981 após ajudar vítimas de soterramentos, viu o mesmo drama acontecer
com sua família nesta semana. Luminato perdeu a filha Drucilane Alves
Luminato, 27, e dois netos, Rodrigo de Oliveira Valle Junior, 4, e João
Vitor Alves do Valle, 2, após um deslizamento de terra no bairro da
Independência, em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro.
Além da filha e dos netos, o genro do pedreiro, Rodrigo Vale, de 31, também foi soterrado e está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O enterro dos familiares de Luminato foi realizado ontem e foi marcado por muita comoção.
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Em 1981, a imagem de Jamil Luminato, então com 21 anos, virou símbolo de uma tragédia parecida. Na ocasião, dezenas de pessoas morreram após deslizamentos de terras. O pedreiro então ajudou no salvamento e uma foto com ele carregando um bebê morto nos braços foi estampada na primeira página do “Jornal do Brasil".
A imagem fez de Luminato herói e virou símbolo da tragédia. A imagem registrada pelo fotógrafo Carlos Mesquita, morto no ano passado, recebeu o prêmio Esso Regional, um dos principais do jornalismo brasileiro.
Hoje, o pedreiro diz não se lembrar mais do nome da criança, pois tenta esquecer as coisas ruins, e lamentou suas perda da família. Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, ele afirmou que conversou com a filha no domingo e falou sobre os riscos. Mas ele diz entender os motivos que a fizeram permanecer. Segundo contou, quando deixam as casas, as pessoas correm o risco de tê-las saqueadas.
Jamil Luminato foi consolado por amigos e familiares durante enterro da filha e netos -
Daniel Marenco/Folhapress
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