Após ataques de Marco Feliciano a católicos, CNBB pede respeito
É
impossível desassociar a imagem do deputado Marco Feliciano do pastor
que durante anos pregou em igrejas do Brasil uma série de mensagens
reafirmando sua fé em Deus e fazendo menção de diferentes pessoas e
situações. Mais um vídeo pinçando parte de um desses sermões antigos foi
publicado na internet na semana passada e gerou polêmica.
Com o
objetivo claro que enfraquecer a imagem de Feliciano junto aos católicos
conservadores que o apoiam, o trecho da gravação, mostra o pregador
atacando o catolicismo e os homossexuais.
Em um diálogo simulado
com uma católica, diz: “Não pastor, mas eu sou carismática. Eu até
aprendi a falar em línguas: botaram uma fita no rádio e eu decorei. Este
avivamento é o avivamento de Satanás, porque no avivamento que provém
de Deus você não precisa de fita para aprender”.
Criticando o
culto a imagens, ele assevera “O seu Deus [dos católicos] não é o mesmo
que o meu Deus. O meu Deus exija santidade. Santidade física e santidade
de alma. Não adianta dizer que o seu coração é de Deus, se o seu corpo
está entregue à prostituição, à idolatria e a todas as misérias desta
vida”.
No final do material editado de dois minutos, ele se refere
ao crucifixo, importante símbolo dos católicos: “Quero dizer uma coisa,
com todo o respeito: o meu Jesus não foi feito para ser enfeite de
pescoço de homossexual, nem de pederasta, nem de lésbica… Eu conheço o
Deus de Paulo [apóstolo]. Não é o Deus dessa religião morta e fajuta que
você está. Se há um católico aqui, o que eu duvido muito, mas se tiver
está em busca de avivamento. Mas ‘deixa eu’ dizer uma coisa: você não
pode sentir aquilo que nós sentimos, sem experimentar o Deus que nós
sentimos”.
Chamar a religião mais popular no Brasil de “morta” e
“fajuta”, certamente não ajuda o pastor em sua batalha pública para
continuar na presidência da Comissão
de Direitos Humanos da Câmara. Algumas das diferentes versões do vídeo
trazem inclusive pedidos para que os católicos não se manifestem em
favor do deputado do PSC.
Nas últimas semanas, trechos de vários
vídeos de pregações antigas e atuais do pastor Marco Feliciano. Os
últimos a causarem polêmica mostram o líder religioso atribuindo a Deus
as mortes dos integrantes do grupo Mamonas Assassinas e do cantor John
Lennon, além de associar o sucesso de Caetano Veloso a uma “benção” do
diabo.
Durante a 51ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que
reúne as principais lideranças católicas do país, Dom Dimas Lara
Barbosa, porta-voz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil disse
não concordar com o deputado. “A mensagem católica caminha na direção do
diálogo e do respeito, não do confronto”, asseverou.
Por sua vez,
a deputada estadual Myrian Rios (PSD-RJ), eleita para representar o
movimento da Renovação Carismática Católica, defende algumas das mesmas
causas que Feliciano, como a proibição da união civil entre homossexuais
e a liberalização do aborto. Contudo, dessa vez ela se mostrou
contrariada: “Discordo da opinião dada neste vídeo pelo pastor
Feliciano, contra a Igreja Católica. Acredito que a gente não constrói
uma sociedade igualitária, justa e fraterna, criando uma guerra
religiosa no país. É importante que as religiões se respeitem”.
Com informações JB e Extra.
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