O
assassinato de um jovem de 19 anos por outro de 17 em São Paulo, na
última terça-feira, e a declaração do governador Geraldo Alckmin (PSDB)
de que enviará ao Congresso projeto para aumentar o rigor da punição a
adolescentes que cometem crimes colocaram os tucanos e o governo federal
em lados opostos na discussão da maioridade penal. Ontem, o
ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto
Carvalho, afirmou que o governo é contra a redução da idade-limite e
disse esperar que esse tipo de proposta não prospere. O vice-presidente
Michel Temer e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também se
manifestaram contrários à iniciativa.
Na opinião de Carvalho, a raiz do problema está na exclusão e na falta de oportunidades
da juventude. Por isso, para ele, o ideal é ampliar os investimentos em
políticas sociais. “É uma lógica que não tem sentido. Eu acho que a
ilusão de que você, reduzindo a idade penal, resolverá alguma coisa no
país, nos levará, daqui a pouco, a reduzir a idade penal para 10 anos,
porque os traficantes e os bandidos continuarão usando o menor”, disse.
Para ele, “levar mais jovens para o tipo de prisão que o Brasil tem hoje
significa ajudá-los a se aprofundarem no crime”. O secretário-geral da
Presidência, no entanto, admitiu que o governo pode discutir
alternativas, como um período de transição para aqueles que, tendo
completado 18 anos, possam terminar a pena em outros espaços que não em
abrigo para menores. (Do Correio Braziliense)
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