Presidente da Comissão de Direitos
Humanos deu ordem para a Política Legislativa fazer a triagem e apenas o
grupo que tinha cartazes de 'Fica, Feliciano!' conseguiu participar
O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) novamente
preside uma sessão da comissão de Direitos Humanos com portas fechadas.
Desta vez, foi permitida a entrada apenas de apoiadores do deputado, a
maioria de grupos evangélicos, que o aplaudiram quando entrou na sala.
Um manifestante que conseguiu se infiltrar no plenário foi expulso ao
afirmar que só deixaram entrar a "patota".
A sessão conta apenas com a presença de deputados
apoiadores de Feliciano. Ele recebeu diversos elogios dos colegas e
afirmou que só entrarão na comissão "pessoas de bem". "Pedi para a
Polícia Legislativa observar o perfil porque pelo perfil é possível
saber quem é ordeiro", disse. "A ordem dada é para que entrem pessoas de
bem e que saibam se manifestar de maneira silenciosa", reiterou.

Por ordem de Feliciano, apenas grupo favorável ao deputado pôde entrar na Comissão de Direitos Humanos
Feliciano comentou ainda a decisão de
parlamentares adversários de deixar a comissão. Ele ressaltou não ter
recebido comunicado formal sobre o tema, mas lamentou. "É lamentável. Eu
procurei, sentei com cada um e não há acordo, eles dizem que são
extremos", afirmou. "Sinto que querem desestabilizar a nossa comissão",
complementou.
A comissão faz uma audiência pública sobre saúde
indígena. Os apoiadores de Feliciano o aplaudiram em alguns momentos,
sem que a segurança tomasse qualquer medida. Quando um manifestante
contrário, porém, questionou a composição do plenário foi retirado de
imediato. "Botaram uma patota para aplaudir e deixaram o povo do lado de
fora", gritou o manifestante, que se identificou como Antonio José de
Souza, assessor de uma federação de trabalhadores rurais do Ceará.
O deputado Simplício Araújo (PPS-MA) protestou contra a
atuação da Polícia Legislativa e deixou o plenário da comissão. "A forma
como colocaram a pessoa para fora está errado. Existem pessoas com
camisa apoiando o presidente e não foi feito nada", disse Simplício. Ele
afirmou que vai questionar a atitude da segurança para a presidência da
Casa, mas disse que pretende continuar na comissão
Beijaço gay
Do lado de fora, alguns manifestantes aproveitaram os
momentos em que as portas eram abertas para fazer gritos contra
Feliciano. Mais cedo, manifestantes fizeram um "beijaço gay" em frente
ao Congresso para protestar contra o deputado. Quatro ativistas foram
detidos pela Polícia Legislativa quando tentaram colocar uma bandeira do
arco-íris, símbolo do movimento LGBT, em um dos prédios da Casa.

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